marcelo martins

Um pedido ao prefeito reeleito e à nova legislatura da Câmara

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A partir desta sexta-feira, a nova legislatura (2021-2024) da Câmara de Vereadores de Santa Maria assumirá na chamada "casa do povo", bem como o prefeito reeleito Jorge Pozzobom (PSDB) terá mais quatro anos para dar um enfrentamento mais assertivo e certeiro aos gargalos que impedem Santa Maria de ser uma cidade efetivamente desenvolvida. De ambos, tanto do Executivo quanto do Legislativo, a sociedade deve cobrar três coisas: união, trabalho e entrega. Claro que isso não se trata de dar um "cheque em branco" para todo e qualquer projeto que a prefeitura apresente.

O parlamento local deve seguir atento e cobrar à exaustão o poder público sempre que achar necessário. Porém, o momento é diferente e pode ser derradeiro para a próxima década. O que for feito, bem como o que vier a deixar de ser executado, repercutirá na sociedade e pode nos cobrar um alto preço: o de sermos uma cidade consumida pela inoperância coletiva, tanto do poder público quanto pela falta de atuação da sociedade civil.

Neste mandato, que deve ser coletivo entre Pozzobom e os 21 eleitos da Casa, espera-se uma agenda de Estado e não de governo. O que ficou para trás, o saldo da eleição e eventuais desavenças, deve ser sepultado. A polarização, tão radicalizada e extremada em meio à pandemia, deve ser combatida e, se possível, execrada. O embate político-partidário deve ser dentro da Câmara. Entretanto, as questões maiores de interesse à sociedade de Santa Maria precisam ser tratadas de forma serena e o mais harmoniosa possível.

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EQUAÇÃO

A equação surgida em meio à pandemia, em que todos clamam por um Estado ainda mais presente, deve ser tratada com parcimônia e, sobretudo, com responsabilidade. Aqui, neste sentido, responsabilidade colocada no plural: fiscal/financeira e, claro, social. A prefeitura de Santa Maria sofre, o que não é de hoje, de uma grave insuficiência financeira. Desta forma, surgem as vozes discordantes que falam em um Estado mais presente, e, na outra ponta, um Estado mínimo.

Pozzobom deve fugir desses extremos. A saída talvez seja em optar por um caminho que não passe por uma palavra extremamente maldosa e nociva: a da omissão. Estamos cansados de palavras inócuas como "austeridade" ou, ainda, "fazer mais com menos".

A saúde da população e de quem emprega e trabalha deve seguir sendo prioridade. O braço social do governo terá de ser atuante. Há pessoas nos semáforos, que já não contam mais com auxílio emergencial, e a prefeitura, dentro do que lhe cabe e observando as próprias limitações, precisa mitigar a fome de quem não tem o que comer.

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EFICIÊNCIA

Ao buscar uma prefeitura mais enxuta e eficiente, Pozzobom não estará dando de ombros à sociedade. O que se espera do prefeito é a concentração de esforços e de recursos em áreas e setores, ainda mais importantes à sociedade, neste contexto de pandemia. Ou seja, serviços públicos eficientes e adequados. Assim, será possível socorrer os setores produtivos e, por tabela, manter os empregos.

A prefeitura, a exemplo do resto do país e do mundo, vive um momento de aumento de gastos públicos. Porém, isso deve ser por um determinado período. Ou seja, tem prazo de validade. E o uso de dinheiro público, neste sentido, deve ser regrado por meio de extrema responsabilidade fiscal. A cultura de respeito ao dinheiro do contribuinte deve ser mantida. Essa regra de ouro não pode ser violada.

Pozzobom deve destravar a máquina pública - com leis inteligentes e atualizadas e processos que não travem as forças criativas - e fazer com que Santa Maria não seja pautada por burocracias estatais que, ao longo da história, privilegiaram setores e amigos daqueles que estão no poder.

A Câmara deve ser parceira neste sentido - seja ao apontar caminhos ou, até mesmo, em vetar escolhas que venham a ser acenadas pela prefeitura. O que não podemos nem precisamos é que as duas principais casas políticas de Santa Maria sejam perdulárias ou incompetentes.

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